Acessibilidade, a base para inclusão social

Acessibilidade

3 de março de 2017 / Postado por admin

Acessibilidade refere-se ao design de produtos, dispositivos, serviços ou ambientes projetados para incluir pessoas que possuam alguma incapacidade física ou mental.

Um produto ou serviço acessível pode ser definido, portanto, como aquele que pode ser utilizado por todos os usuários pretendidos, levando-se em conta as suas diferentes capacidades.

A acessibilidade está fortemente relacionada com o design universal, que é o processo de criação de produtos utilizáveis por todas as pessoas, operando dentro do mais amplo leque possível de situações. Trata-se de tornar as coisas acessíveis a todas as pessoas, tendo ou não elas alguma deficiência.

Mas o que é design universal?

O design universal é uma filosofia inclusiva que preconiza que todo os espaços devem ser inerentemente acessíveis a todos os usuários. Em vez de se concentrar em usuários com deficiências específicas, o design universal cria soluções que funcionam para todos, independentemente da idade, mobilidade, capacidade visual, auditiva ou mental. A gama da capacidade humana ao longo da vida é a força motriz da filosofia do design universal. Em outras palavras é o design que atende às necessidades de cada estágio da vida humana.

O design universal é um conceito holístico que pode ser aplicado a tudo, de pratos a softwares de computador, mas é especialmente aplicável a edifícios e espaços públicos.

A base para a inclusão social?

O design universal requer um entendimento mais amplo sobre a usabilidade. Uma das razões é eliminar o efeito estigmatizante produzido inadvertidamente, como por exemplo, numa entrada separada para cadeiras de rodas. Embora esta entrada seja acessível, se ela estiver localizada na extremidade do prédio ou for difícil de encontrar, qualquer pessoa que tenha que usá-la pode sentir que está sendo tratada de forma diferente. Uma alternativa de design universal incluiria portas deslizantes automáticas que acomodam todos os usuários e permite o acesso de diferentes grupos — incluindo pessoas que utilizam cadeiras de rodas, mães com carrinhos e pessoas em skates ou bicicletas.

O design universal é uma maneira mais abrangente de pensar sobre acessibilidade ao focar nas necessidades dos usuários em situações diferentes e qual elemento é mais capaz de atender a uma ampla gama de pessoas. Esse tipo de filosofia é certamente congruente com os objetivos de uma arquitetura mais acessível pois, o projeto que é mais fácil para alguém com uma inaptidão é mais fácil para todos.

Banheiros familiares também são um bom exemplo de design universal. Esses banheiros atendem às necessidades de todas as idades e de todos os sexos, abordam as necessidades dos pais com crianças que precisam de assistência, e também adultos que ajudam os adultos mais velhos.

O design universal pode ser aplicado as empresas?

O design universal também faz sentido no mundo dos negócios. De acordo com o IBGE, existem 45 milhões de brasileiros com deficiência. De acordo com Joan Stein, presidente, Accessibility Development Associates, essa população possui duas vezes o poder de compra dos adolescentes, e 17 vezes o poder de compra de crianças com idade de 8-12. Um grande erro dos arquitetos é não fazer ambientes que atendam a esse público.

A população de idosos, o grupo mais propenso a ter ou desenvolver algum problema de mobilidade, deficiências visuais ou auditivas, é um grupo demográfico que também pode ser bem servido pelo design universal. Também de acordo com o IBGE, 66,5 milhões de pessoas, 29,3% do total da população brasileira, será composta por idosos nos próximos anos.

Como as pessoas estão vivendo mais, o número de indivíduos com mais de 65 anos que devem permanecer ativos e independentes só tende a crescer. Isso se traduz em uma porcentagem maior da população que precisa ter mobilidade. O design universal é centrado no usuário e os usuários estão ficando cada vez mais diversificados.

Qual a tendência para o futuro?

Não só o design universal é tendência para o século 21, mas também representa a tendência do que os consumidores esperam: todos querem que as coisas sejam acessíveis.

A Target Corporation é um exemplo de empresa que abraçou o conceito de design universal. Os corredores mais largos das lojas permitem o compartilhamento por muitas pessoas e acomodam não somente clientes em cadeiras de roda, mas também carrinhos de compra e carrinhos de criança. As lojas são projetadas de forma prática e intuitiva, tornando os produtos e departamentos relacionados fáceis de encontrar.

Naturalmente, o design universal vai além das instalações. No departamento de farmácia, por exemplo, a empresa redesenhou frascos de pílulas, incluiu fontes maiores e mais legíveis e o adicionou o nome do medicamento no topo da garrafa para fácil identificação em uma gaveta. Anéis coloridos personalizados atenuam o risco de confusão nos domicílios com pessoas que tomam diferentes prescrições.

A natureza aberta do design universal é uma vantagem, o que significa que ele sempre evolui com base nas necessidades do mercado e do público.

E você? O que pensa sobre o assunto? Comente com a gente!

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